16 agosto, 2009

Oog Ibrahim, repórter do “Jornal da Record” solta o verbo em seu blog

“Trabalho para a Record mas não tenho nada a ver com a Igreja Universal. Minha religião é outra. Sempre tivemos essa liberdade e nunca ouvi falar que alguem fosse obrigado a ser evangélico pra trabalhar aqui. Respeito a filosofia pregada pela IURD e acredito nas pessoas que encontraram sua fé através dela. Assim como naquelas que encontraram paz no catolicismo, na umbanda, no budismo, espiritismo… pra mim não importa a religião e sim a forma que as pessoas encontraram para chegar a Deus.desafios. Ao contrário do que muitos pensam não tenho nada contra a emissora e nunca tive. E também não gosto de fechar portas, principalmente as profissionais. Nunca se sabe o dia de amanhã.
Também trabalhei na Globo… por 16 anos. Aprendi tudo o que sei ali. Comecei em uma afiliada em MS e só saí porque eu quis. Tinha me cansado do jornalismo diário, queria outros
Sou palmeirense, mas sempre assisto aos jogos do Corinthians. Critiquei Ronaldo em algumas matérias mas é o jogador que mais admiro atualmente. Também sou a favor da pena de morte para alguns crimes ediondos (e desde que nossa justiça funcione melhor), mas já fiz matéria contra e respeito quem a condena. Já tive carro da Fiat mesmo não gostando e fui obrigado a fazer educação física na infância quando odiava isso. Já toquei Raul só pra agradar a galera, aguentei Legião porque alguma namorada gostava e suportei fumaça de cigarro apenas pra ficar com um pessoal que curto. Como salada e faço a barba diariamente por obrigação. Acordo cedo mesmo não suportando isso e só tomo banho no frio porque é imprescindível. Alguém gosta?
O que quero dizer é que nossas vidas são feitas de escolhas que nem sempre nos agradam, mas nem por isso nos fazem infelizes. Eu pelo menos não sou infeliz com tudo o que faço mas não quero. Muitas vezes somos obrigados a aceitar determinadas coisas, simplesmente, porque elas fazem parte do universo que nos cerca. Afinal seria muito sem graça só fazermos aquilo que podemos, gostamos e queremos – como conseguiríamos viver sem reclamar, sem blasfemar, sem praguejar ou sem xingar ou detestar algo? Impossível, faz parte da nossa natureza.
E na guerra televisiva travada essa semana, só estou fazendo o meu trabalho – levo como a música que não gosto, mas toco pra agradar aos outros, como o remédio horrível que tenho de tomar para curar uma dor qualquer. Como o trânsito infernal do qual não dá pra escapar. Enfim, precisamos entender e aceitar as missões a que estamos predestinados, maiores ou menores, para que, um dia, tenhamos nossa absolvição divina. Se é que ela realmente existe. Enquanto eu não souber disso, vou cumprindo meu papel.”

Oog Ibrahim

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