Alguns pais relaxam quando o assunto é a classificação indicativa de programas de televisão e filmes. E essa atitude realmente pode prejudicar o desenvolvimento dos filhos, segundo um estudo divulgado pelo Hospital de Crianças de Boston, nos Estados Unidos. A pesquisa aponta que o início precoce da atividade sexual entre adolescentes pode estar relacionado à quantidade de conteúdo adulto a que foram expostos durante a infância.
Os autores afirmam que as atrações das telinhas e telonas estão entre as principais fontes de informações sobre sexo e relacionamentos, e os pequenos não estão preparados para recebê-las. "Eles não têm experiência de vida nem o desenvolvimento do cérebro para diferenciar completamente entre a realidade a que estão se encaminhando e a ficção apenas para entreter", disse David Bickham, cientista do Centro de Mídia e Saúde da Criança e co-autor do estudo.
Para chegar à conclusão, os pesquisadores acompanharam 754 participantes, sendo 365 meninos e 389 meninas, durante duas fases da vida: na infância (a partir dos seis anos) e alguns anos depois, quando a idade variava entre 12 e 18 anos. Em cada etapa, registraram o que foi visto por cada um e a quantidade de tempo gasto assistindo às atrações de TV e durante uma amostra de dois dias da semana (um dia qualquer e um sábado ou domingo).
Os jovens com início da vida sexual precoce foram, então, monitorados durante a segunda parte do projeto. O estudo constatou que, para cada hora que a garotada conferiu conteúdos indicados para o público adulto durante os dois dias, as chances de manter relações sexuais no início da adolescência aumentou 33%.
Entre as dicas dos cientistas estão não colocar televisão no quarto dos filhos e não permitir que fiquem em frente do aparelho por mais de duas horas, além de saber o que vêem e manter um diálogo aberto sobre os temas apresentados. "Os comportamentos sexuais podem ser influenciados durante a infância, mas essa é apenas uma área que estudamos. Ainda há uma série de outros temas na televisão e em filmes, como violência e linguagem, cuja influência também deve ser monitorada desde a infância até a adolescência", diz Hernan Delgado, que comandou a pesquisa.
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