03 maio, 2009

Preocupe-se se quiser, mas saiba que ela pode matar

Um surto de gripe suína (também chamada gripe mexicana, e agora com o nome mudado para gripe A pela OMS) cujos primeiros casos ocorreram no México em meados do mês de março, vem se espalhando pelo mundo, tendo começado pela América do Norte, atingindo pouco tempo depois a Europa e a Oceania. O vírus foi identificado como Influenza A, subtipo H1N1, uma variante nova da gripe suína para a qual não existe uma vacina. Ele contém ADN típico de vírus aviários, suínos e humanos, incluindo elementos dos vírus suínos europeus e asiáticos. Os sintomas da doença são o aparecimento repentino de febre, tosse, dor de cabeça intensa, dores musculares e nas articulações, irritação nos olhos e fluxo nasal.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou em 25 de Abril que a epidemia é um caso de "emergência na saúde pública internacional", significando que os países em todo o mundo deverão acentuar a vigilância em relação à propagação do vírus. No dia 27 de Abril a mesma organização elevou o nível de alerta pandêmico para 4, o que significa que se verifica transmissão pessoa a pessoa, com risco de surtos localizados. Dois dias depois, no dia 29, OMS eleva para 5 o nível de alerta, o que significa que há a transmissão da doença entre pessoas em pelo menos dois países com um risco de pandemia iminente. A escala da OMS vai de 1 a 6.

A Organização Mundial da Saúde teme uma possível pandemia por parte do novo vírus. A diretora geral da organização, Margaret Chan, que retornou de forma antecipada a Genebra de uma visita aos EUA para estar à frente do grupo de especialistas que estudam se há a necessidade de declarar uma emergência sanitária mundial. "Um novo vírus é o responsável por esses casos no México e nos EUA. Estamos muito preocupados, é uma situação muito grave que deve ser vigiada muito de perto", disse ela. "A situação está evoluindo muito rapidamente e é imprevisível", acrescentou. Embora a organização ainda não tenha declarada a epidemia como um perigo mundial, Chan afirmou que "se trata claramente de um vírus animal transmitido ao homem, e isso tem um potencial pandêmico, porque está infectando as pessoas". No entanto, esclareceu que não é possível dizer por enquanto se haverá epidemia.

A epidemia no Brasil
Foram identificados em Minas Gerais dois novos casos considerados suspeitos de gripe suína (AH1N1). No total, o Brasil passa a ter quatro pacientes com suspeita de contaminação, três no Estado mineiro e outro em São Paulo.
De acordo com boletim divulgado na tarde de terça-feira pelo Ministério da Saúde, há ainda 42 casos sendo investigados, em 12 Estados: Amazonas (4), Bahia (3), Ceará (1), Espírito Santo (2), Mato Grosso do Sul (1), Minas Gerais (2), Pará (1), Paraná (4), Rio de Janeiro (4), Rio Grande do Norte (3), Santa Catarina (3) e São Paulo (14). Em nota, o Ministério da Saúde reforçou a recomendação para que a população não tome medicamentos por conta própria.
Em Salvador, o casal que estava internado no Hospital Octávio Mangabeira desde segunda-feira e sendo monitorado por causa da gripe AH1N1 recebeu alta hospitalar na tarde de terça. De acordo com o coordenador técnico da Vigilância Epidemiológica do Estado, Juarez Dias, os sintomas apresentados por eles - febre, dores no corpo e tosse - sumiram. O casal mora em Boston, nos Estados Unidos, e chegou a Salvador no dia 16, de onde embarcou para Governador Valadares (MG), para visitar familiares.

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