06 abril, 2009

Globo segue linha de modismo com 'Força-Tarefa'

Depois do sucesso de 'A Lei e o Crime' da Record, Globo entra na linha de modismo do tema criminal com 'Força Tarefa'

Tropa de Elite foi que abriu a tampa. O enorme sucesso do filme de José Padilha fez com que autores e diretores se interessassem por temas policiais. Depois do seriado A Lei e o Crime, da Record, a Globo estréia no dia 16 de abril Força-Tarefa. Mas a nova série tenta um enfoque original. A idéia é mostrar o dia a dia dos policiais que investigam os desvios de conduta da própria instituição, a chamada corregedoria. Escrita por Fernando Bonassi e Marçal Aquino, o seriado não é baseado em fatos reais. "Apenas queremos falar dessa realidade brasileira, mas não tanto em cima da questão social. Queremos fazer uma série com cara de Brasil, mas não estamos interessados em salvar o país", pondera Marçal. As referências não param no filme brasileiro. Muitas séries americanas como Lei e Ordem, do Universal Channel, e o filme Colateral, de Michael Mann, serviram para que o diretor José Alvarenga Junior se aproximasse mais do gênero policial. Alvarenga conta que a dificuldade é que quase todas essas inspirações são estrangeiras. Logo, adaptar e não perder o gênero é o principal objetivo. "Pegamos alguns pontos interessantes dessas obras e adaptamos para a nossa realidade. Falamos da corrupção, mas também do bom policial", avalia. O elenco é enxuto, com apenas 10 atores. A história se passa no Rio de Janeiro, onde o Tenente Wilson, interpretado por Murilo Benício, é um agente policial que trabalha à paisana como taxista para descobrir as falcatruas da própria polícia, no serviço reservado. O ator que acabou de atuar como o bandido Dodi, em A Favorita, conta que não teve nem muito tempo para se preparar para o personagem. "O que tive foi um entendimento deste universo, dessa atmosfera. A dificuldade foi pegar na arma direito. Mas o diretor vai me guiando", conta o ator, que se diz viciado em seriados americanos. Outro rosto vindo da mesma trama de João Emanuel Carneiro é Milton Gonçalves. Na pele do Coronel Caetano, ele chefia o grupo e se dedica ao processamento de informações para a prisão dos policiais. Mas o ator reconhece que pelo fato de ter policiais na família, se identificou com o personagem mais depressa. Mas que, em sua opinião, não é fácil ser honesto em meio a tanta corrupção. "Minha proximidade com essa realidade facilitou tudo. E acredito que essa série seja importante até para se discutir o que é ou não um policial de verdade", explica. Com muitas cenas de ação, Força-Tarefa está sendo gravado em subúrbios, lixões e pedreiras do Rio de Janeiro. "Temos quase 70% de cenas gravadas na rua. Para mostrar mais do que o Rio típico, o Rio real", conta Bonassi. Alvarenga comemora a execução da série, que contará com 12 episódios e avalia que um gênero policial seja mais trabalhoso e caro de fazer. "Um "sitcom" sai bem mais barato do que uma série dessas, além do tempo gasto em produção e tantas externas. Mas o brasileiro gosta disso", diz confiante. Desde maio de 2008, o projeto da série foi desenvolvido. Mas os autores garantem que a estréia de A Lei e Crime, da Record, não foi determinante para que Força-Tarefa fosse lançado neste momento. "O Brasil é um país policial e já estávamos no olho do furacão. E estamos até felizes em saber que o gênero agrada e isso beneficia a todos", desconversa Marçal.

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