07 fevereiro, 2009

"Noivas em Guerra" repete comédias sobre casamentos

A comédia "Noivas em Guerra", em estreia nacional, coloca em cena duas das maiores obsessões das mulheres norte-americanas: a cerimônia de casamento perfeita e a busca por vencer, sem importar como.
Liv (Kate Hudson, de "Amigos, Amigos, Mulheres à Parte") e Emma (Anne Hathaway, de "O Diabo Veste Prada") são amigas desde a infância. A vida toda sonharam com um casamento perfeito no Hotel Plaza, em Nova York.Mas por um erro da agência que organiza as cerimônias, os dois casamentos são marcados para o mesmo dia -- e vai levar meses até a outra data disponível. Qualquer pessoa sensata sugeriria um casamento duplo, afinal, elas são muito amigas. Mas nenhuma delas aceita a idéia, nem cede a data para a outra, querendo os holofotes apenas para si.As duas logo demonstram que não sabem dialogar e declaram guerra mútua com a finalidade de destruir o casamento da ex-melhor amiga. As armas incluem de tudo, até sabotar o bronzeamento artificial ou a cor da tintura de cabelo da rival.Como só isso não seguraria os 80 e poucos minutos de filme, antes de entrar em guerra -- enquanto ainda são amigas --, Emma e Liv vão às compras para escolher tudo do mais caro e fino para o grande dia de suas vidas. Aí reside o maior tédio de "Noivas em Guerra": assistir aos preparativos de dois casamentos para os quais jamais seremos convidados.Uma contradição visível é que Emma e Liv são, à primeira vista, um tipo de mulher moderna, que vive com o namorado, trabalha, se sustenta e é feliz -- um perfil, portanto, que não parece se encaixar muito bem no velho sonho de casar de branco com toda a pompa.Logo se vê que Emma e Liv não têm muito em que pensar fora deste sonhado casamento, que acaba se transformando num problema maior do que o esperado. Emma, apesar de ser uma professora de escola pública, mostra-se capaz de economizar para pagar pelos serviços da organizadora de casamentos caríssima, vivida por Candice Bergen.Desde quando Julia Roberts tentou acabar com o casamento do seu melhor amigo, o tema ficou recorrente nas comédias românticas de Hollywood. Ela mesma foi uma noiva fujona em "Noiva em Fuga", quando ainda parecia haver algo de diferente a dizer sobre mulheres de véu e grinalda.Desde, então, o subgênero inflacionou com comédias bastante parecidas, do tipo "Licença Para Casar", "Casamento Grego", "Mamma Mia!", "Sex and the City" e "O Melhor Amigo da Noiva".O maior apelo destes filmes parece ser, simplesmente, a capacidade de levar o público para outro lugar, um sonho onde a realidade passa a quilômetros de distância.

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