19 abril, 2009

"Recauchutada" na grade da Globo não traz grandes surpresas

A Globo assume que perdeu audiência. E chega a dizer quanto: três pontos na média geral da emissora de 2007 para 2008 e outros dois de 2006 para 2007. Agora, para tentar recuperar o público perdido, conta com a reformulação da grade antiga aliada aos lançamentos dos seriados Força-Tarefa e Tudo Novo de Novo, com temáticas policial e romântica, respectivamente, e Decamerão - A Comédia do Sexo, ainda sem previsão de estréia.
Além disso, a microssérie Som e Fúria, também sem data certa para ir ao ar, encerra a lista de novos programas, preenchida com os lançamentos de novelas, que estão longe ser novidade. Mesmo assim, as expectativas em relação ao ano são mais que otimistas. "Esperamos um acréscimo entre um e meio e dois pontos na média geral de audiência de 2009", projeta Octávio Florisbal, diretor geral da emissora, durante a apresentação da nova programação.
Da grade revigorada, as principais mudanças estão no Jornal Nacional e no Vídeo Show. O primeiro, que completa 40 anos em setembro, ganha uma nova bancada, agora com um lugar extra. A idéia é levar para o estúdio os repórteres responsáveis por matérias e séries especiais para que eles mesmos apresentem seus trabalhos.
Já o segundo passa a ser ao vivo, com três novos apresentadores dividindo o comando com André Marques: Luigi Barichelli, Fiorela Mattheis e Ana Furtado. "Vamos abrir ainda mais espaço para cultura, falar do dia a dia das celebridades e continuar a marca do programa, que é valorizar a história da televisão brasileira", explica Ana.
Novas estratégias e mudanças devem ocorrer em prazo maior, mais precisamente até a Copa do Mundo de 2010. A principal delas é explorar os sinais de tevê que muitos celulares já recebem. "A tevê aberta está ganhando uma segunda plataforma, a do celular. A audiência do aparelho será certamente menor que a da televisão, mas deve ultrapassar a Internet", prevê Florisbal.
A Globo também pretende aumentar sua audiência promovendo ações em transportes públicos para divulgar seus produtos, através de uma programação feita exclusivamente para essa mídia. Inicialmente, apenas em São Paulo.
"Queremos aguçar nas pessoas o desejo de voltar a assistir tevê", explica Manoel Martins, diretor de entretenimento da Globo. A proposta é incluir também comerciais de seus programas e novelas. "Produzimos 10 mil chamadas por ano. Só para a próxima novela, 'Caras e Bocas', já foram 30", revela Roberto Buzzoni, diretor de programação da emissora.
Outros investimentos estão reservados para aumentar o número de programas gravados em alta definição. Com a nova grade, Profissão Repórter, Força-Tarefa, Toma Lá, Dá Cá, Fantástico, Som Brasil e Tudo Novo de Novo já contam com tal tecnologia. Ao longo do ano, o mesmo deve ocorrer com a programação esportiva. O futebol, por exemplo, terá sinal em alta definição até o final de 2009. "Até a Copa do Mundo, a previsão é de que 50% do país já receba o sinal digital da Globo", justifica Florisbal.

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